BAÚ LITERÁRIO

Tratam-se de textos ( resumos de ensaios) que são publicados a cada 15 dias no suplemento literário da Academia Goiana de Letras ( encarte do jornal Diário da Manhã de Goiânia)

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

VIDA LITERÁRIA NO BRASIL 1900 ( Brito Broca, José Olimpio Editora-5ª.edição, 2004.

Presença de Hugo de Carvalho Ramos.

No inicio do século 20 foi fundada no Rio de Janeiro, sob imensa expectativa, como relata Brito Broca, a boate Chat Noir cópia da similar existente em Paris. Foi um acontecimento! “Ia-se ao Chat Noir, como a um supremo prazer de arte” como afirmava o grande cronista e literato João do Rio - “ e a voz da pítia daquela Delfos recitava sonolentamente as Névroses de Rollimar e os trechos mais profundos de Baudelaire e Bruant”.
Olavo Bilac escrevia na Gazeta de Noticias que o Chat Noir “ia desmoralizar a morte” e concluía – “ já temos no Rio de Janeiro um lugar onde se pode, confortavelmente, rir da morte”.
Conclui-se que o lado boêmio dos fazedores da literatura daquela época freqüentava a tal boate.
A repercussão daquela casa de divertimentos, como não podia deixar de acontecer, extrapolou os limites da capital federal, como nos conta o autor de Vida Literária no Brasil 1900 – “Na velha capital de Goiás, naquelas distâncias do Brasil Central, ainda encontrávamos, em 1911, um bar com essa denominação. É o que verificamos na correspondência familiar do escritor goiano Carvalho Ramos, apensa ao volume de suas Obras completas. Em carta à irmã, datada de 24 de maio daquele ano, escrevia ele: “ Este é o modo de viver sensato, natural, na opinião de todos, de um rapaz desocupado ou de um estudante em férias: beber qualquer droga inferior que seja no Chat Noir”.

Hélio Moreira
Cadeira 24

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